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Arquitetos: Duque Motta & AA, MAPAA
- Área: 417 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Pablo Casals Aguirre
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Escola Pivadenco faz parte do projeto Escolas Rurais da Araucanía, uma iniciativa do Ministério da Educação que, por meio de concursos de arquitetura, propunha o desenvolvimento de 8 pequenas escolas em áreas rurais desta região, a mais pobre do Chile, com uma alta porcentagem de população Mapuche, e um conflito histórico não resolvido que se agrava. Nossos escritórios desenvolveram quatro escolas, duas na comuna de Los Sauces e duas na comuna de Melipeuco, territórios com comunidades diversas que requeriam escolas com uma proposta intercultural. Nestes territórios rurais dispersos, a escola é o centro da vida comunitária.
Com base nisso, buscou-se definir uma estratégia comum para as quatro escolas, baseada em entender o edifício não apenas como um centro educativo, mas também como o centro social de um território. Para potencializar esta ideia, reuniram-se em um espaço único todos os programas de uso comum e lazer propostos nos requisitos do Ministério, a cantina, as circulações, o hall de acesso e o pátio coberto.
Assim, criou-se um espaço hierárquico, capaz de ordenar os demais recintos, vincular-se com o exterior e adaptar-se para acolher diferentes atividades educativas e sociais. Além disso, para alcançar uma maior adaptabilidade e fluidez, buscou-se diluir os limites entre este espaço central e as salas de aula por meio de portões de correr que permitem integração e flexibilidade de uso.
Em termos formais, o edifício associa-se à imagem dos antigos galpões produtivos da região e a seus materiais, mas a partir de uma perspectiva contemporânea, utilizando revestimentos metálicos, estruturas de madeira e pedra vulcânica do lugar. Seu posicionamento busca ordenar o terreno, dispondo em seu entorno 3 zonas com diferentes usos: uma praça pública de acesso, que acentua a ideia de abertura para a comunidade e permita a realização de eventos e reuniões; uma zona de jogo e esporte para as crianças; e uma zona educativa complementar com flora nativa, frutíferas e hortas.
Por último, buscando eficiência energética e conforto térmico para a escola, define-se que o espaço central também atua como termorregulador do edifício no inverno e verão, mediante 3 elementos: i) claraboias que captam luz natural indireta do norte no verão e insolação direta no inverno para recolher temperatura, ii) muros de concreto como massa térmica que absorve este calor nas horas de insolação e o libera durante o resto do dia, e iii) um sistema de ventilação cruzada que permite reduzir ostensivamente a temperatura interior no verão.